Sistema que agiliza atendimentos de casos de baixa complexidade, também “desafoga” as urgências e emergências

A Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) começou a implantar, esta semana, no Serviço de Pronto Atendimento (SPA) Enfª Eliameme Rodrigues Mady, no conjunto Galileia, zona norte, o serviço de Fast Track, também chamado de “via rápida” de atendimento. Este será o primeiro SPA a receber a metodologia, criada para a urgência e emergência. A medida deve-se ao aumento da demanda dos casos de baixa complexidade, em mais de 60%, registrado nos últimos meses, após o fechamento das Unidades Básicas de Saúde (UBS) da região, pela Prefeitura de Manaus, para reforma.

O Fast Track agiliza o atendimento de pacientes com quadros leves e otimiza o fluxo da urgência e emergência. A utilização do método, baseado em classificação de risco, já funciona no Hospital e Pronto-Socorro (HPS) 28 de Agosto e começou a ser implantando também no HPS Platão Araújo.

A meta da SES-AM, conforme explica a secretária de Estado de Saúde, Nayara Maksoud, é estender o Fast Track para todas os nove SPAs e duas Unidades de Pronto Atendimento (UPA). “O Eliameme será nosso piloto para SPA e UPA”, afirmou.

O SPA Eliameme Mady foi escolhido para ser o primeiro entre os SPAs e UPAs a receber o Fast Track devido ao aumento expressivo na procura por atendimentos, nos últimos meses. A unidade praticamente dobrou o número de pacientes por dia, sendo a maioria casos de baixa complexidade, característicos de UBS. De acordo com a direção da unidade, o fechamento temporário de UBSs para reforma na região tem impactado diretamente a demanda.

Segundo a diretora da unidade, Lúcia Ramos, o número de atendimento passou de uma média de 250 para mais de 400 pacientes por dia, após o sucessivo fechamento de Unidades Básicas de Saúde. “A UBS Augias Gadelha, no conjunto Renato Souza Pinto, que é grande, está parada para reforma há um ano. A UBS número 39 foi também fechada pra essa mesma finalidade e outras duas estão sem equipe médica. O papel do SPA é urgência e emergência, mas tem absorvido essas demandas, para não penalizar a população”, explica.

No HPS 28 de Agosto, zona sul, onde foi implantado em junho deste ano, o Fast Track trouxe impactos significativos no tempo de espera para pacientes com classificação de risco azul (não urgente) e verde (pouco urgente). Pacientes com esse tipo de classificação, que, conforme o Protocolo e Manchester, podem aguardar de 120 (verde) a 240 (azul) minutos, estão sendo atendidos, em média, em 40 minutos.

Classificação de risco

O sistema Fast Track utiliza o Protocolo de Manchester, referência internacional na triagem de emergências, classificando os pacientes por cores, conforme a gravidade dos sintomas, determinando o tempo máximo para o início do atendimento.

Conforme o protocolo, o paciente identificado com a cor vermelha precisa ser atendido imediatamente. A cor laranja identifica que o paciente deve ir para emergência, com condição que pode agravar sem atendimento. O tempo de espera é de até 10 minutos.

Os pacientes classificados na cor amarela são considerados de baixo risco de agravo imediato e podem ser atendidos em até 60 minutos. E os pacientes com classificação verde e azul são os casos menos graves, com atendimento previsto de 120 a 240 minutos.