Governador Wilson Lima realizou a entrega da nova estrutura que passa a contar com 49 leitos renovados na unidade

Foto: Alex Pazuello/ Secom
A entrega da primeira etapa das obras de modernização da Fundação Hospital do Coração Francisca Mendes (FHCFM), nesta quarta-feira (03/12), pelo governador Wilson Lima, foi inteiramente aprovada pelos usuários da unidade, que destacaram a melhoria estrutural e tecnológica como um avanço decisivo na qualidade do atendimento. A intervenção faz parte do programa Saúde Amazonas e inclui reestruturação completa de instalações, aquisição de novos equipamentos e reorganização do parque tecnológico da unidade.
Entre os pacientes que já sentiram de perto as mudanças está Jhully Jéssica, 19 anos, que tem uma doença cardiológica e está internada na unidade. A jovem, que faz acompanhamento no hospital desde que nasceu, foi uma das primeiras a serem transferidas para os novos leitos reformados. “Eu achei bem confortável. Está impecável o hospital. Precisava de uma reforma, de uma reinauguração, também de novos equipamentos mais modernos. E daqui um tempo o pessoal vai reconhecer mais ainda o Francisca Mendes e ver que aqui é um hospital de ótima hospitalidade”, avaliou.
A mãe de Jhully, Francisca Ferreira, 62 anos, também aprovou a nova fase da unidade. “Há 19 anos eu venho nessa luta, e ela sempre foi acompanhada aqui por esse hospital, que a gente só tem muito que agradecer. E mais maravilhoso ainda a gente se deparar com esse local que está tudo de bom”, disse.

Foto: Alex Pazuello/ Secom
A secretária de Saúde, Nayara Maksoud, reforçou que esta fase marca uma entrega decisiva para o atendimento cardiológico do estado. “É a primeira etapa da estrutura física com 33 leitos na clínica cardiológica, um Hospital Dia com 15 leitos e um laboratório que duplica a sua potência de realização de exames, de redução do tempo de espera com tecnologia para o usuário, que não atende apenas o Francisca Mendes, mas também demandas externas”, destacou a secretária.
A primeira etapa soma 49 leitos totalmente reformados, incluindo 33 na Clínica de Cardiologia II e 15 no Hospital Dia, além de um leito de reanimação, novos postos de enfermagem, salas de preparo e fluxos otimizados para procedimentos de curta duração.
O laboratório recebeu cinco boxes de coleta, incluindo pediátrico e para pessoas com deficiência, novos ambientes técnicos, áreas especializadas de microbiologia, urinálise e diagnóstico, além de almoxarifado e setor administrativo.
Responsável pela execução da obra, o secretário da Sedurb, Marcellus Campêlo, ressaltou a transformação completa do espaço. “Fizemos não somente uma reforma, mas uma completa revitalização em todas as estruturas. Essas obras vão ampliar a capacidade do hospital e dar melhores condições de trabalho para os servidores e para os pacientes”, explicou o secretário.


Foto: Alex Pazuello/ Secom
Nova etapa
Ao todo, a SES e o Fundo de Promoção Social e Erradicação da Pobreza (FPS) estão investindo R$ 45 milhões, somando obras estruturais e compra de mobiliário e equipamentos médicos. A modernização, executada pela UGPE, permitirá a ampliação total de leitos da unidade, que passará de 147 para 204 após a conclusão da segunda etapa.
Com a conclusão desta etapa, o hospital mantém seu funcionamento pleno, garantindo continuidade da assistência durante a obra. A segunda etapa, que já está em execução, prevê nova recepção com capacidade para 200 pessoas, reforma completa do heliponto, ampliação do estacionamento, revitalização da fachada, climatização dos ambientes ampliados e a construção da terceira Clínica Cardiológica. A previsão é de que todo o complexo modernizado seja entregue no primeiro trimestre de 2026.



Avanços
O Hospital Francisca Mendes se consolidou, em 2025, como referência nacional em inovação em cardiologia. A unidade realizou a primeira cirurgia de correção de cardiopatia congênita com telemonitoramento assistencial do Brasil, dentro do Projeto Congênitos, em parceria com o Hospital do Coração (HCor), em São Paulo. Desde maio, sete procedimentos já foram realizados com acompanhamento remoto em tempo real.
A modernização do parque de imagem também elevou o padrão de diagnóstico no estado. O hospital recebeu o primeiro aparelho de ressonância magnética cardíaca do Amazonas, com capacidade para 150 exames mensais, além de um novo tomógrafo e um equipamento de hemodinâmica que permitiu ampliar em 50% o número de cateterismos e angioplastias realizados.
Em 2025, o hospital reforçou sua posição como referência regional do Sistema Único de Saúde (SUS), atendendo pacientes do Acre, Pará, Roraima, Paraná e até de áreas fronteiriças da Venezuela. Na cardiologia pediátrica, o tempo de espera para procedimentos é zero, graças ao manejo clínico contínuo e à ampliação da capacidade cirúrgica na atual gestão.
O crescimento das cirurgias cardíacas adultas também demonstra a evolução estrutural e assistencial da unidade. O volume de procedimentos passou de 280, em 2018, para 520 em 2025, quase duplicando a capacidade anterior. Em 2024, a unidade realizou ainda 563 cirurgias cardíacas e 4,5 mil procedimentos de hemodinâmica, além de 40 mil atendimentos ambulatoriais.