SES-AM e FVS-RCP reforçam a importância da prevenção e do diagnóstico precoce da malária no Amazonas

FOTO: Antonio Lima/Secom, Divulgação/FVS-RCP
De janeiro a maio de 2025, o Amazonas registrou uma redução de 22% nos casos de malária em comparação ao mesmo período do ano anterior. Os dados foram consolidados pela Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP) com base em notificações de casos dos municípios. Apesar da redução, a doença exige atenção da população e das autoridades de saúde para as medidas preventivas.
Desde 2020, a média anual de notificações oscila entre 55 mil e 64 mil casos. A FVS-RCP, vinculada à Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), atua em parceria com os municípios, fortalecendo o diagnóstico para tratamento em tempo oportuno e a prevenção da doença, com a distribuição de mosquiteiros impregnados com inseticidas, medicamentos antimaláricos, capacitações de profissionais de saúde, monitoramento e vigilância epidemiológica, além de ações educativas para sensibilização.
A ação estratégica mais recente é a implantação da tafenoquina, medicamento utilizado em conjunto com a cloroquina para o tratamento de malária vivax, que corresponde a 84% dos casos no Amazonas. Com o novo medicamento, o tratamento reduz de sete para três dias. A implantação ocorre de forma gradual no Amazonas e está ativa em 17 municípios do estado, seguindo cronograma de ampliação junto ao Ministério da Saúde.
A malária é um agravo de saúde pública típico de regiões de floresta, como é o Amazonas. A diretora-presidente da FVS-RCP, Tatyana Amorim, enfatiza que a circulação do mosquito continuará, mas que é possível eliminar a malária com a contribuição coletiva, contando com a população e com as secretarias municipais de saúde, via equipes de vigilância em saúde municipais.


Tatyana acrescenta que estratégias desenvolvidas em parceria com a FVS-RCP, como a tafenoquina, estão sendo bem recebidas nos municípios e incorporadas à rede de saúde. “Mantemos o foco em estratégias integradas para o diagnóstico precoce e o tratamento adequado, além de incentivar a população a adotar medidas simples, como o uso de mosquiteiros, que são fundamentais para a prevenção”, destaca.
Estratégias estaduais em conjunto com federais, em parceria com o Ministério da Saúde, vêm sendo realizadas para fortalecer as ações para eliminar a malária até 2035, como objetiva, no âmbito nacional, o Programa Nacional de Eliminação da Malária, em parceria com as vigilâncias estaduais de todo o país.
Para o responsável pelo Departamento de Vigilância Ambiental da FVS-RCP, Elder Figueira, o objetivo é desafiador, visto que o mosquito Anopheles, transmissor da malária, tem habitat natural na Floresta Amazônica. No entanto, a circulação do mosquito e da doença são fatores diferentes, já que a doença é causada por parasitas.
É preciso ficar claro que o mosquito vai continuar circulando, pois ele faz parte da biodiversidade amazônica. “A doença pode ser eliminada a partir da adoção de medidas simples, mas eficazes, que, ao longo do tempo nos trará a certificação de eliminação da malária”, afirma Elder, acrescentando que é esse o objetivo da FVS-RCP para o Amazonas, seguindo o Plano Estadual de Eliminação da Malária no Amazonas que compreende 2023 a 2035.
Como prevenir a malária
Principalmente em áreas de grande circulação do mosquito Anopheles, como zonas rurais e interior do Amazonas, a FVS-RCP orienta que a população mantenha os cuidados contínuos, como usar mosquiteiros, roupas que protejam pernas e braços, repelente, colocar telas em portas e janelas.
Os sintomas da malária incluem febre, cansaço, mal-estar, enjoo, tontura, dor de cabeça, dores no corpo, perda do apetite e pele amarelada. Os primeiros sintomas costumam aparecer de 10 a 15 dias após a picada do mosquito. Diante da suspeita, a orientação é procurar imediatamente o serviço de saúde.
Caso não seja diagnosticada e tratada, a malária pode agravar e levar o paciente a óbito.